15.1. Vírgula
Indica uma pausa pequena,
deixando o voz em suspense à espera da continuação do período.
Usa-se vírgula:
1) Para destacar elementos intercalados,
como:
a) Uma conjunção.
Trabalhamos
bastante, logo, devemos ser remunerados.
Estes rapazes,
sem dúvida, devem ser transferidos.
c) Isola o aposto do termo fundamental.
Marcos,
o capitão do time, foi o primeiro a entrar.
d) Uma expressão explicativa.
Ninguém se
responsabilizou pelo atentado; isto, aliás, já se tornou comum
naquele lugar.
e) Isola os vocativos.
“ Sim, leitor benévolo, e por
esta ocasião te vou explicar como nós hoje em dia fazemos a nossa literatura.”
2) Para destacar um adjunto adverbial
que venha no inicio da frase.
No final das aulas, todos saíram apressadamente.
3) Para destacar os pleonasmos
antecipados ao verbo.
Os meninos, eu os vi no jardim.
4) Para separar orações subordinadas
adverbiais, sobretudo quando vêm antes da principal.
Quando saímos, a chuva já tinha começado.
5) Para separar as orações adverbiais
reduzidas, que vem antes da principal.
Dado o sinal, todos partiram alegres.
6) Para isolar as orações subordinadas
adjetivas explicativas.
Ex.: O velho capitão, que ainda tinha o
passo firme, recebeu-nos a bordo.
15.2. Ponto
Indica uma pausa mais duradoura que a
vírgula e é usado para marcar o fim de uma oração declarativa.
A melodia da frase indica que o tom é descendente.
Permite o uso de frases curtas, evitando erros
como o de concordância verbal.
Serve também para marcar abreviaturas.
“Amaro deixa o piano. As frases que compôs não
satisfazem. Não importa. Amanhã talvez lhe venha uma onda boa de inspiração.”
(Erico Veríssimo)
15.3. Ponto e vírgula
É um sinal que, conforme as necessidades de
quem escreve, pode aproximar-se do valor da vírgula ou do ponto.
É geralmente empregado para marcar uma pausa
maior que a vírgula e serve para separar orações que tem relação de
sentido, deixando-as num mesmo período.
Quanto à melodia da frase, indica um tom
ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou.
“Estou dormindo no antigo quarto de meus país;
as duas janelas dão para o terreiro onde fica o imenso pé de fruta-pão, a cuja
sombra cresci.”
15.4. Dois- Pontos
Tem como função introduzir uma explicação
ou enumeração.
Costumam ser usados.
1) Para introduzir uma citação.
O inspetor
parou à porta das sala e disse–nos: “Queiram seguir-me, por favor.”
2) Para introduzir uma explicação,
o desenvolvimento de ideias anteriormente enunciadas.
Pânico em São Paulo: chuvas
provocam inundações em muitos bairros.
15.5. Reticências
Indicam uma interrupção da frase
e costumam ser usados:
1) Para expressar hesitação,
surpresa.
“Vamos nós
jantar com ela amanhã ?
-Vamos...
Não... Pois vamos.”(Machado de Assis)
2) Para deixar o sentido da frase em
aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.
“Estou certo, disse ele, piscando o olho, que
dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e
decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também se não vier em um ano …”
( Machado de Assis )
15.6. Ponto-de-Interrogação
Coloca-se após uma palavra ou frase,
indicando uma pergunta direta.
Também pode ser empregado para indicar
surpresa, indignação ou atitude de expectativa diante de uma situação.
Sair? Com esta chuva?
Nem pense nisso.
“Por que as pessoas em diferentes países, com
diferentes crenças, não podem viver em paz?”
15.7. Ponto-de- Exclamação
Coloca-se após uma palavra ou frase, indicando
surpresa, espanto, alegria, admiração etc.
“Como as
mulheres são lindas!” ( Manuel Bandeira)
1) Para substituir a vírgula num
vocativo enfático.
“Deus! Ó Deus!
Onde estás que não me ouve!” ( Castro Alves)
2) Nas frases imperativas.
“Não me deixe só!”
15.8. Aspas
1) Para indicar citação de outros
autores.
Como disse Machado de Assis: “ A melhor
definição de amor não vale um beijo da moça namorada.”
2) Para indicar palavras ou expressões
estrangeiras, gírias e neologismo.
Eles tiveram um belo “Week-ed” !
3) Para destacar palavras ou
expressões que desejamos realçar, com ironia.
Quem foi o “inteligente” que fez
a experiência e quase destruiu o laboratório?
15.9. Travessão
1) Para indicar, nos diálogos, a fala de
cada personagem.
“ - A que horas volta José Diogo?
- Não volta hoje.
- Não?” ( Machado de Assis)
2) Para destacar algum elemento no
interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.
Nesses casos, podem ser usados também dois
travessões.
“E por três noites padeço três anos,
Na vida cheia de saudade infinda...
Três anos de esperança e de martírio...
Três anos de sofrer – e espero
ainda!” (Alvares de Azevedo)
“Junto do leito meus poetas dormem
- O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron -
Na mesa confundidos.” (Alvares de Azevedo)
15.10. Parêntese
Costumam ser usados para isolar parte do
texto que encerra alguma reflexão, comentário ou explicação.
Usa-se o parêntese:
1) Para introduzem comentários no meio
do texto ou complementam dados.
Escobar sorriu e disse-me que estava para ir
ao meu escritório contar-me tudo. A cunhada (continuava a dar este nome a
Capitu) tinha-lhe falado naquilo por ocasião da nossa última visita.”
(Machado de Assis)
As duas
reformas ( eleitoral e tributária) deveriam ser aprovadas pelo Congresso.
2) Para destacar indicações
bibliográficas.
“Ainda que eu
falasse a língua dos homens e dos anjos, sem amor eu nada seria.” (I
Coríntios 13)
3) Para separar indicações
bibliográficas.
“Ler obras juvenis ou best-sellers é apenas o começo de uma longa e produtiva convivência
com os livros. Essa é a lição que anima os jovens a se aventurarem na boa
literatura atual e nos clássicos.”
(Bruno Meier, Uma geração descobre o poder de
ler, Veja, maio 2011, p. 99)
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