Investir toda a concentração nas matérias específicas dos concursos públicos e
deixar de lado o estudo de língua portuguesa pode ser uma cilada.
Disciplina cobrada em todos os concursos, o português pode acabar sendo o
vilão dos concurseiros.
Confira os assuntos mais “cascudos” de língua portuguesa, segundo os especialistas:
Colocação Pronominal
A colocação dos pronomes oblíquos átonos – me, te, se, o, a, lhe, nos,
vos, os, as, lhes – é um tema frequente em perguntas de concursos,
segundo Peralta. Requer muita atenção”, diz o professor Agnaldo Martino,
da LFG.
São três as posições que eles podem
assumir na frase: próclise (quando o pronome vem antes do verbo),
mesóclise (quando ocorre no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).
“Muita gente erra porque o uso coloquial tende a aceitar a próclise”,
diz.
Concordância verbal
O
modo como o verbo se altera para se acomodar ao sujeito também pode
causar muitas dúvidas. “Este é um assunto que causa dificuldade aos
candidatos”, diz Peralta.
Dentro deste tema, podem surgir questões
em que candidatos devem assinalar qual das formas concordância verbal é a
adequada em: “precisam-se de empregados” ou “precisa-se de empregados”,
por exemplo
Neste caso, acerta quem escolher a segunda
forma (precisa-se de empregados) já que o pronome “se” atua como índice
de indeterminação do sujeito em construções em que o verbo não pede
complemento direto (precisar é transitivo indireto). Por isso o verbo
fica obrigatoriamente na terceira pessoa do singular.
Regência verbal
A
transitividade dos verbos também é um assunto que tem a atenção das
bancas examinadoras, segundo Peralta e Martino. Isso acontece porque a
regência muda de acordo com a relação do verbo com o complemento.
Para determinar qual a regência adequada, o
concurseiro deve examinar o termo regente, que é o verbo, e o termo
regido, que é complemento.
Regência nominal
A relação entre o substantivo, adjetivo ou
advérbio transitivo e seu complemento nominal, intermediada por uma
preposição, também é citada por Peralta e Martino como frequente nos
concursos e fonte de indecisões e dúvidas. “É um dos temas mais
críticos”, diz Peralta.
“Geralmente são opostas, isso acontece em
99% dos casos”, diz Martino. Ele cita os exemplos “eu compreendo a
língua portuguesa” e “ eu tenho compreensão da língua portuguesa”. “O
nome pede a preposição, mas o verbo não”, explica Martino.
Crase
“Questões
de acentuação aparecem muito, sobretudo tratando do uso da crase”, diz
Peralta. Assim, saber quando usar este acento grave pode fazer com que o
concurseiro saia na frente de muitos candidatos.
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