domingo, 9 de novembro de 2014

Emprego do Hífen conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)



a) Introdução


O uso do hífen mudou com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1990.
Neste trabalho estudaremos inicialmente o que mudou em relação ao hífen, tomando por base o que consta no novo Acordo e, no tópico final, apresentaremos a tabela indicatória do uso ou não do hífen, onde os prefixos referidos no Acordo estão ordenados alfabeticamente, o que facilita, sobremaneira, a sua consulta.
Iniciamos nosso estudo pelo Anexo II e não pelo Anexo I, porque o primeiro oferece uma visão global do que será tratado em detalhes no segundo.
Você está pronto? A xícara de café está ao seu lado?
Então vamos lá!

b) Anexo II


Nota explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)

6. Emprego do hífen (Bases XV a XVII)

6.1. Estado da questão

No que respeita ao emprego do hífen, não há propriamente divergências assumidas entre a norma ortográfica lusitana e a brasileira.
Ao compulsarmos (ser impelido fortemente), porém, os dicionários portugueses e brasileiros e ao lermos, por exemplo, jornais e revistas, deparam-se-nos muitas oscilações e um largo número de formações vocabulares com grafia dupla, ou seja, com hífen e sem hífen, o que aumenta desmesurada e desnecessariamente as entradas lexicais dos dicionários.
Estas oscilações verificam-se sobretudo nas formações por prefixação e na chamada recomposição, ou seja, em formações com pseudoprefixos de origem grega ou latina.

Eis alguns exemplos de tais oscilações:

ante-rosto e anterrosto,
co-educação e coeducação,
pré-frontal e prefrontal,
sobre-saia e sobressaia,
sobre-saltar e sobressaltar;
aero-espacial e aeroespacial,
auto-aprendizagem e auto-aprendizagem,
agro-industrial e agroindustrial,
agro-pecuária e agropecuária,
alvéolo-dental e alvealodental,
bolbo-raquidiano e bolborraquidiano,
geo-história e geoistória,
micro-onda e microonda;
etc.

Estas oscilações são, sem dúvida, devidas a uma certa ambiguidade e falta de sistematização das regras que sobre esta matéria foram consagradas no texto de 1945.
Tornava-se, pois, necessário reformular tais regras de modo mais claro, sistemático e simples.
Foi o que se tentou fazer em 1986.
A simplificação e redução operadas nessa altura, nem sempre bem compreendidas, provocaram igualmente polêmica na opinião pública portuguesa, não tanto por uma ou outra incongruência resultante da aplicação das novas regras, mas sobretudo por alterarem bastante a prática ortográfica neste domínio.
A posição que agora se adota, muito embora tenha tido em conta as críticas fundamentadas ao texto de 1986, resulta, sobretudo, do estudo do uso do hífen nos dicionários portugueses e brasileiros, assim como em jornais e revistas.

6.2. O hífen nos compostos (Base XV)

Sintetizando, pode dizer-se que, quanto ao emprego do hífen nos compostos, locuções e encadeamentos vocabulares, se mantém o que foi estatuído em 1945, apenas se reformulando as regras de modo mais claro, sucinto e simples.
De fato, neste domínio não se verificam praticamente divergências nem nos dicionários nem na imprensa escrita.

6.3 O hífen nas formas derivadas (Base XVI)

Quanto ao emprego do hífen nas formações por prefixação e também por recomposição, isto é, nas formações com pseudoprefixos de origem grega ou latina, apresenta-se alguma inovação.
Assim, algumas regras são formuladas em termos contextuais, como sucede nos seguintes casos:

a) Emprega-se o hífen quando o segundo elemento da formação começa por h ou pela mesma vogal ou consoante com que termina o prefixo ou pseudoprefixo, por exemplo:

anti-higiênico,
contra-almirante,
hiper-resistente.

b) Emprega-se o hífen quando o prefixo ou falso prefixo termina em m[1] e o segundo elemento começa por vogal, m ou n, por exemplo:

circum-murado,
pan-africano.

As restantes regras são formuladas em termos de unidades lexicais, como acontece com oito delas:

ex-,
sota- e soto-,
vice- e vizo-;
pós-,
pré-,
pró-.

Noutros casos, porém, uniformiza-se o não emprego do hífen, do modo seguinte:

a) Nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes dobram-se, como já acontece com os termos técnicos e científicos, por exemplo:

antirreligioso,
microssistema.

b) Nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente daquela, as duas formas aglutinam-se, sem hífen, como já sucede igualmente no vocabulário científico e técnico, por exemplo:

antiaéreo,
aeroespacial.

6.4. O hífen na ênclise e tmese (Base XVII)

Quanto ao emprego do hífen na ênclise e na tmese mantêm-se as regras de 1945, exceto no caso das formas:

hei de,
hás de,
há de,
etc.,

em que passa a suprimir-se o hífen.
Nestas formas verbais o uso do hífen não tem justificação, já que a preposição de funciona ali como mero elemento de ligação ao infinitivo com que se forma a perífrase verbal (cf. hei de ler, etc.), na qual de é mais proclítica do que apoclítica.

c) Anexo I


As bases XV a XVII tratam especificamente do uso do hífen, enquanto as bases II, VI e XX, referidas inicialmente neste item, tratam de situações específicas, mas também relacionadas ao uso do hífen.

Base II - Do h inicial e final

3) O h inicial mantém -se, no entanto, quando, numa palavra composta, pertence a um elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen:

anti-higiênico,
contra-haste,
pré-história,
sobre-humano.

Base VI - Das vogais nasais

Na representação das vogais nasais devem observar-se os seguintes preceitos:

1) Quando uma vogal nasal ocorre em fim de palavra, ou em fim de elemento seguido de hífen, representa-se a nasalidade pelo til, se essa vogal é de timbre a; por m, se possui qualquer outro timbre e termina a palavra; e por n, se é de timbre diverso de a e está seguida de s:

afã,
grã,
Grã-Bretanha,
lã,
órfã,
sã-braseiro (forma dialetal; o mesmo que são-brasense = de S. Brás de Alportel);
clarim,
tom,
vacum,
flautins,
semitons,
zunzuns.

Base XX  - Da divisão silábica


A divisão silábica, que em regra se faz pela soletração

a-ba-de,
bru-ma,
ca-cho,
lha-no,
ma-lha,
ma-nha,
má-xi-mo,
ó-xi-do,
ro-xo,
te-me-se,

e na qual, por isso, se não tem de atender aos elementos constitutivos dos vocábulos segundo a etimologia

a-ba-li-e-nar,
bi-sa-vó,
de-sa-pa-re-cer,
di-sú-ri-co,
e-xâ-ni-me,
hi-pe-ra-cús-ti-co,
i-ná-bil,
o-bo-val,
su-bo-cu-lar,
su-pe-rá-ci-do,

obedece a vários preceitos particulares, que rigorosamente cumpre seguir, quando se tem de fazer em fim de linha, mediante o emprego do hífen, a partição de uma palavra:

6) Na translineação (Mudança de linha ao escrever, dividindo uma palavra e escrevendo parte dela numa linha e a outra parte no início da linha seguinte) de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um hífen, ou mais, se a partição coincide com o final de um dos elementos ou membros, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata:

ex--alferes,
serená--los--emos,
vice--almirante.

Base XV - Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares

1) Emprega -se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática (sintagma:conjunto de palavras subordinadas a um núcleo e que forma um constituinte da frase (ex.: sintagma nominal, sintagma verbal). = Grupo) e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido:

ano-luz,
arcebispo-bispo,
arco-íris,
decreto-lei,
és-sueste,
médico-cirurgião,
rainha-cláudia,
tenente-coronel,
tio-avô,
turma-piloto;
alcaide-mor,
amor-perfeito,
guarda-noturno,
mato-grossense,
norte-americano,
porto-alegrense,
sul-africano;
afro-asiático,
afro-luso-brasileiro,
azul-escuro,
luso-brasileiro,
primeiro-ministro,
primeiro-sargento,
primo-infeção,
segunda-feira;
conta-gotas,
finca-pé,
guarda-chuva.

Observação

Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente:

girassol,
madressilva,
mandachuva,
pontapé,
paraquedas,
paraquedista,
etc.

2) Emprega-se o hífen nos topônimos (nome próprio de um lugar, sítio ou povoação) compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo:

Grã-Bretanha,
Grão-Pará;
Abre-Campo;
Passa-Quatro,
Quebra-Costas,
Quebra-Dentes,
Traga-Mouros,
Trinca-Fortes;
Albergaria-a-Velha,
Baía de Todos-os-Santos,
Entre-os-Rios,
Montemor-o-Novo,
Trás-os-Montes.

Observação

Os outros topônimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem hífen:

América do Sul,
Belo Horizonte,
Cabo Verde,
Castelo Branco,
Freixo de Espada à Cinta,
etc.

O topônimo Guiné -Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.

3) Emprega -se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento:

abóbora-menina,
couve-flor,
erva-doce,
feijão-verde;
benção-de-deus,
erva-do-chá,
ervilha-de-cheiro,
fava-de-santo-inácio,
bem-me-quer (nome de planta que também se dá à margarida e ao malmequer);
andorinha-grande,
cobra-capelo,
formiga-branca;
andorinha-do-mar,
cobra-d’água,
lesma-de-conchinha;
bem-te-vi (nome de um pássaro).

4) Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou h.
No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante.
Eis alguns exemplos das várias situações:

bem-aventurado,
bem-estar,
bem-humorado;
mal-afortunado,
mal-estar,
mal-humorado;
bem-criado (cf. malcriado),
bem-ditoso (cf. malditoso),
bem-falante (cf. malfalante),
bem-mandado (cf. malmandado),
bem-nascido (cf. malnascido),
bem-soante (cf. malsoante),
bem-visto (cf. malvisto).

Observação

Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte:

benfazejo,
benfeito,
benfeitor,
benquerença,
etc.

5) Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem:

além-Atlântico,
além-mar,
além-fronteiras;
aquém-mar,
aquém-Pirenéus;
recém-casado,
recém-nascido;
sem-cerimónia,
sem-número,
sem-vergonha.

6) Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso, como é o caso de:

água-de-colônia,
arco-da-velha,
cor-de-rosa,
mais-que-perfeito,
pé-de-meia,
ao deus-dará,
à queima-roupa.

Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hífen as seguintes locuções:

a) Substantivas:

cão de guarda,
fim de semana,
sala de jantar;

b) Adjetivas:

cor de açafrão,
cor de café com leite,
cor de vinho;

c) Pronominais:

cada um,
ele próprio,
nós mesmos,
quem quer que seja;

d) Adverbiais:

à parte (note-se o substantivo aparte),
à vontade,
de mais (locução que se contrapõe a de menos; note-se demais, advérbio, conjunção, etc.),
depois de amanhã,
em cima,
por isso;

e) Prepositivas:

abaixo de,
acerca de,
acima de,
a fim de,
a par de,
à parte de,
apesar de,
aquando de,
debaixo de,
enquanto a,
por baixo de,
por cima de,
quanto a;

f) Conjuncionais:

a fim de que,
ao passo que,
contanto que,
logo que,
por conseguinte,
visto que.

7) Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares, tipo:

a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade,
a ponte Rio-Niterói,
o percurso Lisboa-Coimbra-Porto,
a ligação Angola-Moçambique,

e bem assim nas combinações históricas ou ocasionais de topônimos, tipo:

Áustria-Hungria,
Alsácia-Lorena,
Angola-Brasil,
Tóquio-Rio de Janeiro,
etc.

Base XVI - Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação

1) Nas formações com prefixos, como, por exemplo:

ante-,
anti-,
circum-,
co-,
contra-,
entre-,
extra-,
hiper-,
infra-,
intra-,
pós-,
pré-,
pró-,
sobre-,
sub-,
super-,
supra-,
ultra-,
etc,

e em formações por recomposição, isto é, com elementos não autônomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina, tais como:

aero-,
agro-,
arqui-,
auto-,
bio-,
eletro-,
geo-,
hidro-,
inter-,
macro-,
maxi-,
micro-,
mini-,
multi-,
neo-,
pan-,
pluri-,
proto-,
pseudo-,
retro-,
semi-,
tele-,
etc.,

só se emprega o hífen nos seguintes casos:

a) Nas formações em que o segundo elemento começa por h:

anti-higiênico,
circum-hospitalar,
co-herdeiro,
contra-harmônico,
extra-humano,
pré-história,
sub-hepático,
super-homem,
ultra-hiperbólico;
arqui-hipérbole,
eletro-higrômetro,
geo-história,
neo-helênico,
pan-helenismo,
semi-hospitalar.

Observação

Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial:

desumano,
desumidificar,
inábil,
inumano,
etc.

b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento:

anti-ibérico,
contra-almirante,
infra-axilar,
supra-auricular;
arqui-irmandade,
auto-observação,
eletro-ótica,
micro-onda,
semi-interno.

Observação

Nas formações com o prefixo co-, este aglutina-se em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o:

coobrigação,
coocupante,
coordenar,
cooperação,
cooperar,
etc.

c) Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa por vogal, m ou n, além de h, caso já considerado atrás na alínea a:

circum-escolar,
circum-murado,
circum-navegação;
pan-africano,
pan-mágico,
pan-negritude;

d) Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com elementos iniciados por r:

hiper-requintado,
inter-resistente,
super-revista.

e) Nas formações com os prefixos ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento), sota-, soto-, vice- e vizo-:

ex-almirante,
ex-diretor,
ex-hospedeira,
ex-presidente,
ex-primeiro-ministro,
ex-rei;
sota -piloto,
soto-mestre,
vice-presidente,
vice-reitor,
vizo-rei;

f) Nas formações com os prefixos tônicos acentuados graficamente pós-, pré- e pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas átonas que se aglutinam com o elemento seguinte):

pós-graduação,
pós-tônicos (mas pospor);
pré-escolar,
pré-natal (mas prever);
pró-africano,
pró-europeu (mas promover).

2) Não se emprega, pois, o hífen:

a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa  por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, prática aliás já generalizada em palavras deste tipo pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim:

antirreligioso,
antissemita,
contrarregra,
contrassenha,
cosseno,
extrarregular,
infrassom,
minissaia,
biorritmo,
biossatélite,
eletrossiderurgia,
microssistema,
microrradiografia;

b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente, prática esta em geral já adotada também para os termos técnicos e científicos.
Assim:

antiaéreo,
coeducaçao,
extraescolar,
aeroespacial,
autoestrada,
autoaprendizagem,
agroindustrial,
hidroelétrico,
plurianual.

3) Nas formações por sufixação apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos:

amoré-guaçu,
anajá-mirim,
andá-açu,
capim-açu,
Ceará-Mirim.

Base XVII - Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver

1) Emprega-se o hífen na ênclise e na tmese:

amá-lo,
dá-se,
deixa-o,
partir-lhe;
amá-lo-ei,
enviar-lhe-emos.

2) Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver:

hei de,
hás de,
hão de,
etc.

Observação

1. Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos verbos querer e requerer, em vez de quere e requere, estas últimas formas conservam-se, no entanto, nos casos de ênclise: quere-o(s), requere-o(s).
Nestes contextos, as formas (legítimas, aliás) qué-lo e requé-lo são pouco usadas.

2. Usa-se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio eis (eis-me, ei-lo) e ainda nas combinações de formas pronominais do tipo no-lo, vo-las, quando em próclise:

Esperamos que no-lo comprem.



O quadro abaixo mostra os prefixos em que o hífen deve ou não ser empregado.

Observe a seguinte convenção:

Letra inicial do segundo membro: V1, V2, B, H, M, N, R, S, O.
Junta-se com o hífen: C
Junta-se sem o hífen: S
V1: Vogal igual à vogal do final do prefixo (exemplo: anti > inflamatório);
V2: Vogal
O: Outras letras.


PREFIXO
V1
V2
B
H
M
N
R
S
O
EXEMPLOS
aero
C
S
S
C
S
S
S
S
S

agro
C
S
S
C
S
S
S
S
S

além
C
C
C
C
C
C
C
C
C
além-mar
alvi
C
S
S
C
S
S
S
S
S

ante
C
S
S
C
S
S
S
S
S

anti
C
S
S
C
S
S
S
S
S
anti-inflamatório, antissocial
aquém
C
C
C
C
C
C
C
C
C

arqui
C
S
S
C
S
S
S
S
S
arqui-inimigo
auto
C
S
S
C
S
S
S
S
S
autoestima, autoretrato, autossuficiente
bem**
C
C
C
C
C
C
C
C
C
bem-educação
ciber
S
S
S
C
S
S
C
S
S
cibercafé, ciberespaço
circun
S
C
S
C
C
C
S
S
S
circu-ambiente, circum-navegar
co
S
S
S
C
S
S
S
S
S
coautor, cooperar, corresponsável
contra
C
S
S
C
S
S
S
S
S
contrarregra, contra-ataque
des*
C
S
S
C
S
S
S
S
S

eletro
C
S
S
C
S
S
S
S
S

entre
C
S
S
C
S
S
S
S
S

ex
C
C
C
C
C
C
C
C
C

extra
C
S
S
C
S
S
S
S
S
extrasseco
foto
C
S
S
C
S
S
S
S
S

geo
C
S
S
C
S
S
S
S
S

hidro
C
S
S
C
S
S
S
S
S

hiper
S
S
S
C
S
S
C
S
S

in*
C
S
S
C
S
S
S
S
S

infra
C
S
S
C
S
S
S
S
S
infraestrutura, infravermelho
inter
S
S
S
C
S
S
C
S
S
interdisciplinar
intra
C
S
S
C
S
S
S
S
S

macro
C
S
S
C
S
S
S
S
S

mal**
S
C
S
C
S
S
S
S
S
malsucedido, mal-estar, mal-humorado, malnascido
maxi
C
S
S
C
S
S
S
S
S
maxidesvalorização
mega
C
S
S
C
S
S
S
S
S
mega-amiga
micro
C
S
S
C
S
S
S
S
S
micro-organismo, microssistema
mini
C
S
S
C
S
S
S
S
S
mini-instrumento, minissaia
moto
C
S
S
C
S
S
S
S
S
motosserra
multi
C
S
S
C
S
S
S
S
S
multirracial
nano
C
S
S
C
S
S
S
S
S

neo
C
S
S
C
S
S
S
S
S
neonatal
pan
S
C
S
C
C
C
S
S
S
panceleste
pluri
C
S
S
C
S
S
S
S
S

poli
C
S
S
C
S
S
S
S
S

pós***
C
C
C
C
C
C
C
C
C

pré***
C
C
C
C
C
C
C
C
C
pré-natal
pró***
C
C
C
C
C
C
C
C
C
pró-reitor
proto
C
S
S
C
S
S
S
S
S
proto-história
pseudo
C
S
S
C
S
S
S
S
S
pseudociência
re
S
S
S
C
S
S
S
S
S
reavaliar, reescrever
recém
C
C
C
C
C
C
C
C
C
recém-nascido
retro
C
S
S
C
S
S
S
S
S

sem
C
C
C
C
C
C
C
C
C
sem-terra
semi
C
S
S
C
S
S
S
S
S
semiárido, semi-integral, semirrígido
sob
S
S
C
C
S
S
C
S
S

sobre
C
S
S
C
S
S
S
S
S
sobre-erguer, sobre-humano, sobressaia
socio
C
S
S
C
S
S
S
S
S
socioeconômico
sub
S
S
C
C
S
S
C
S
S
subalugar, sub-reitor, sub-humano
super
S
S
S
C
S
S
C
S
S
super-homem, superamigo
supra
C
S
S
C
S
S
S
S
S
suprassumo
tele
C
S
S
C
S
S
S
S
S
tele-homenagem
tri
C
S
S
C
S
S
S
S
S

ultra
C
S
S
C
S
S
S
S
S
ultra-apressado, ultrainterino, ultrassom
vaso
C
S
S
C
S
S
S
S
S
vasodilatador
vice
C
C
C
C
C
C
C
C
C
vice-campeão
video
C
S
S
C
S
S
S
S
S


Observações:

* Não se usa hífen quando o segundo termo perdeu o h original: desumano, inábil;

** Usa-se o hífen quando formar com a outra palavra um adjetivo ou substantivo.

*** Quando a pronúncia for fechada (pos, pre, pro) liga-se sem hífen ao outro termo: preencher, posposto (exceções com som aberto: preaquecer, predeterminar, preestabelecer, preexistir)


Atenção

a) Hifen – rr e ss: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por “r” ou “s”, sendo que essas letras devem ser dobradas.

b) Quando a pronúncia exigir, dobra-se o r e o s do segundo termo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário